Antes de atacar a seção em ré maior da 'Chaconne' de Bach (1685-1750), Aniello Desiderio faz uma pausa um pouco maior do que o habitual: é como se o ouvinte tivesse chance de recomeçar, de repensar sua escuta em meio ao emaranhado das variações; mais adiante, ao retornar para a tonalidade menor, ele faz o mesmo: parece que a eloquência do silêncio final da obra é preparada por esses momentos, ganhando novas reverberações e sentidos.